Quebra de sigilo do Facebook pela Justiça mostra responsáveis por rede de calúnias contra Gleisi

Publicado em 28 de novembro de 2013

PT Paraná com informações da Gazeta do Povo

Reportagem do jornal Gazeta do Povo desta quinta-feira (28) mostra que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) já tem a identidade dos responsáveis pelas páginas falsas no Facebook que continham ataques à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Os dados obtidos pela Justiça através da quebra de sigilo do Facebook identificam o nome de Cleverson Lima como criador da página “Gleisi não” – uma das comunidades utilizadas para divulgar mentiras, insultos, calúnias na tentativa de atingir a imagem da ministra –, além do assessor do governo Beto Richa, o jornalista da Agência Estadual de Notícias (AEN) José Gilberto Maciel, conhecido como Zé Beto Maciel, que pagou para que a página tivesse mais visibilidade na rede social.

Os nomes de Lima e Maciel aparecem no documento expedido pelo Facebook ao TRE-PR. O primeiro como criador da página falsa e o segundo como dono do cartão de crédito utilizado para fazer o pagamento dos anúncios patrocinados na rede social. Veja abaixo:

A reportagem da Gazeta do Povo informa que a assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu não se manifestou sobre o episódio. Em informações divulgadas em blogs políticos do Paraná nesta quarta-feira, o governo Richa negou que Maciel seja funcionário do Executivo.

Não é o que mostra o próprio site da agência. A página possui ao menos quatro publicações com referências ao jornalista Zé Beto Maciel. Nessas referências, ele aparece como plantonista – ou seja, responsável por atender a imprensa em fins de semana e feriados. Confira:

Além disso, o próprio jornalista citava em seu perfil no Facebook até anteontem que trabalhava para a AEN – a informação foi retirada do ar ontem. Veja a reprodução da página de Maciel antes da alteração:

Antes do governo estadual, Maciel trabalhou como jornalista na Prefeitura de Curitiba na gestão do ex-prefeito Luciano Ducci, aliado de Richa.

Em nota à imprensa divulgada ontem, Gleisi afirmou que cabe ao governador Beto Richa esclarecer porque o funcionário, pago com recursos públicos, dedica-se a essa atividade ultrajante, bem como a origem dos recursos utilizados para pagar as faturas pela divulgação das mentiras a seu respeito.

“O perfil falso operava na modalidade patrocinada, ou seja, era pago pelo referido Maciel com o objetivo de garantir que as mentiras fossem visualizadas por um número maior de usuários. Repudio essa prática e vou cobrar esclarecimentos, inclusive na Justiça. Lamento que o Estado do Paraná, que alega não ter recursos para cumprir obrigações essenciais e inadiáveis com a população, esteja usando o dinheiro dos impostos que recebe do povo paranaense para baixar o nível da política à dissimulação e à mentira.”

A quebra de sigilo é o desdobramento de uma ação movida pela ministra no TRE-PR que conseguiu retirar do ar a comunidade “Gleisi Não” e o perfil “Gleisi Indelicada”. A decisão de remover os conteúdos foi tomada pelo desembargador Edson Vidal Pinto no dia 12 de novembro. Segundo o magistrado, o material “flagrantemente violava direitos de personalidade, ao ridicularizar a reclamante com referências grosseiras que transbordavam ao exercício da liberdade de expressão.”

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