Publicado em 27 de maio de 2014
Enio Verri
A dívida acumulada de aproximadamente R$ 2 bilhões que o Banco de Desenvolvimento do Paraná (Badep) tem com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o entrave mais recente para a liberação do empréstimo de R$ 817 milhões do Proinveste para o Estado.
De acordo com o BNDES, o repasse do Proinveste ao governo do Paraná está pendente devido à análise da dívida de liquidação do Badep, entidade de fomento ligada à administração estadual criada em 1962 que repassava recursos do BNDES.
O episódio que atrasou mais uma vez a chegada dos recursos do Proinveste é mais uma barbeiragem do governo Richa.
O secretário da Fazenda, Luiz Eduardo Sebastiani, disse em reportagem publicada pelo jornal Gazeta do Povo de 22 de maio que o governo havia protocolado nas semanas anteriores na Secretaria de Tesouro Nacional (STN) um pedido para que o governo do Estado assumisse a dívida do Badep.
“Recebemos uma sinalização de que estava tudo certo com o Proinveste, mas o BNDES informou que só poderia fazer o repasse do recurso para o Banco do Brasil após o STN se pronunciar sobre o pedido que protocolamos.”
Ora, não tivesse o governo Richa feito a solicitação para assumir a dívida do Badep às vésperas da liberação do financiamento do Proinveste, certamente os recursos já teriam sido depositados no caixa paranaense!
O próprio governo Richa acabou por criar, ele mesmo, mais um impedimento para a liberação do empréstimo.
Não foi o primeiro e não será o último tropeço de uma gestão que desfila irresponsabilidade e incompetência.
Se o Paraná se mantém como o único estado a não ter recebido o dinheiro do Proinveste, dois anos depois do início do programa, é porque, mais cedo, o governo do Estado ultrapassou o limite prudencial de gastos com funcionalismo e não realizou os investimentos mínimos em saúde conforme determina a Constituição. Agora, uma nova trapalhada prolongou a angústia em torno do financiamento.
As barbeiragens e trapalhadas do governo Beto Richa na gestão da política e da economia do Paraná precisam cessar.