Beto Richa não é estadista, afirma colunista da Gazeta do Povo

Publicado em 27 de junho de 2014

Gazeta do Povo

Em coluna sobre o aumento da tarifa da Copel, publicada nesta quinta-feira, 26, no jornal Gazeta do Povo, o jornalista Celso Nascimento afirma que o governador Beto Richa não tem atitudes próprias de um estadista. Ele condenou que Richa tenha usado a situação do reajuste da conta luz para tirar proveito político.

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Alarmado com a repercussão negativa que o preço do pedágio traria à sua campanha de reeleição em 1998, o então governador Jaime Lerner, de uma penada, reduziu as tarifas em 50%. Tomou uma decisão unilateral; nem sequer negociou ou comunicou as concessionárias. O povo aplaudiu Lerner e, três meses depois, o reelegeu. Esse ato foi o “ovo da serpente” que gerou a barafunda de ações judiciais entre concessionárias e governo. Gerou também o cancelamento de obras rodoviárias inicialmente programadas e adiou outras para o final dos contratos de concessão, em 2021.

Agora, “surpreendido” com o anúncio de que a Copel foi autorizada pela Aneel a aumentar em 35% a conta da luz (pouco mais do que os 32% que a própria companhia reivindicava), o governador tomou atitude parecida com a de Lerner: mandou a Copel suspender o reajuste, ou aumentar um pouco agora e deixar o resto para depois.

A diferença entre as decisões de Lerner e Richa está no fato de que o primeiro feria contratos firmados com entes privados, que reagiram à sua maneira para não perder dinheiro. Já o segundo mexeu com uma companhia de economia mista, da qual o estado detém o controle. Dificilmente sofrerá embates jurídicos quanto aos impostos pelas pedageiras – mas talvez os efeitos sejam semelhantes.

Se com a quebra dos contratos do pedágio obras deixaram de ser feitas, com a Copel não será diferente. Se a companhia tinha segurança de que precisava mesmo (e já!) de um aumento de 32%, qualquer coisa que venha abaixo desse índice certamente prejudicará seus planos. Conclusão óbvia: se a prioridade (como foi para Lerner) é ganhar a eleição, que se sacrifique a Copel, assim como se atrasou o projeto rodoviário.

Que fique bem claro: ninguém aqui está defendendo pedágio caro ou aumentos insuportáveis da luz. É só uma anotação: usar a situação para tirar proveito político imediato, com vistas à próxima eleição, não é atitude própria de estadistas.

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