Publicado em 2 de dezembro de 2014
Enio Verri
As universidades estaduais do Paraná passam por uma uma crise sem precedentes.
Recententente o Conselho de Administração da Universidade Estadual de Londrina anunciou um mega “calote” aos fornecedores. Falta dinheiro para pagar contas de água, energia, telefone, aluguel e manutenção de equipamentos e veículos.
Segundo a direção da UEL, dos R$ 26,6 milhões do orçamento para manutenção da universidade neste ano, a instituição recebeu do governo estadual apenas R$ 11,9 milhões.
Em comunicado oficial, a universidade afirmou que está “impossibilitada orçamentariamente de efetuar, neste 4º trimestre, os pagamentos das seguintes despesas: manutenção de equipamentos e de veículos, aluguéis de pessoa jurídica, condomínios, locação de software, telefonia fixa, energia elétrica e água”.
Em Maringá a situação não é diferente. A UEM não paga a conta de luz desde maio – uma dívida que ultrapassa R$ 4 milhões.
A razão da crise é a mesma: o corte brutal de repasses estaduais para a manuteção da universidade. “Em razão do Estado fechar o ano e cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal houve uma restrição orçamentária”, explicou o reitor professor Mauro Baesso.
As universidades à beira da paralização por falta de luz e água revelam a face mais cruel do governo Beto Richa. O descaso com a comunidade acadêmica é apenas uma entre tantas marcas negativas de seu mandato.
O sucateamento que está em curso nas nossas universidades representa um atentado ao futuro do Paraná enquanto estado que historicamente privilegia políticas de fomento à inovação.
As universidades estaduais, um dos maiores orgulhos do Paraná, reconhecidas pela qualidade do ensino e relevância das pesquisas, irradiam conhecimento e são determinantes para o desenvolvimento regional. A comunidade acadêmica – estudantes, pesquisadores, docentes, servidores – não merece ser tratada com tamanho descaso pelo governador Beto Richa.