Publicado em 9 de abril de 2015
PT Paraná e Folha de Londrina
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), protocolou uma representação interna no Ministério Público contra Renato Lima Castro, um dos promotores que revelou o esquema de corrupção na Receita Estadual de Londrina, que pode ter causado prejuízo de mais de R$ 500 milhões aos cofres do Estado.
Segundo o MP, auditores fiscais da Receita Estadual cobravam propina para promover a sonegação de impostos de empresários que teriam dívidas milionárias com o Fisco. O esquema seria liderado pelo auditor Márcio Albuquerque de Lima, parceiro de Richa em corridas de automobilismo.
De acordo com as investigações, o grupo criou um “tabelamento” no valor das propinas e teria ainda uma espécie de “lastro político”, que protegia de investigações e impedia o desmonte e remoção de membros para outras Delegacias da Receita Estadual. Este “lastro político” seria o empresário e lobista Luiz Abi, primo de Richa.
A crítica de Lima Castro que provocou a representação do governador foi sobre o prejuízo que a corrupção e a sonegação provocam para a sociedade. Recentemente, em entrevista à revista Veja, o governador já havia ameaçado processar o promotor.
“Em vez de processar, Richa deveria agradecer a esse e aos outros promotores que investigam o caso. Ao desbaratar o grupo que montou o suposto esquema ilícito, os promotores colaboram para que a arrecadação seja incrementada no Estado. É preciso frisar que sem os auditores fiscais corrompidos a arrecadação melhoraria. E, com mais dinheiro em caixa, o governador não precisaria lançar mão do “tarifaço” aprovado em dezembro do ano passado para recuperar as finanças do Paraná, que se deterioraram graças à sua própria (má) gestão”, publicou em editorial o jornal Folha de Londrina.