Publicado em 1 de setembro de 2015
Enio Verri
O massacre do governo Beto Richa (PSDB) contra os professores completou no último sábado, 29 de agosto, quatro meses. A data foi lembrada em um ato que reuniu 2 mil trabalhadores da educação na Avenida Cândido de Abreu, em frente à Assembleia Legislativa e ao Palácio Iguaçu, palco da ação que deixou 213 trabalhadores da educação feridos.
A violência e força desproporcional da Polícia Militar, que despejou por mais de duas horas um arsenal de balas de borracha, granadas de efeito moral, bombas de gás lacrimogêneo e sprays de pimenta contra professores que se manifestavam de forma pacífica contra a mudança na previdência do funcionalismo aconteceu sob ordens diretas da Secretaria de Segurança Pública e anuência do governador.
As imagens da barbárie protagonizada pela dupla chocaram o Brasil e o mundo. A responsabilidade Beto Richa no massacre é cristalina e foi materializada na denúncia do Ministério Público do Paraná, que acusou formalmente o governador de improbidade administrativa por ter se omitido e não ter impedido a ação da PM. De acordo com o MP, ninguém no governo do Paraná “ousaria” realizar a ação sem respaldo político e administrativo do governador tucano.
Da mesma forma, o MP indicou que Francischini foi o articulador político e operacional do massacre, estando à frente das principais decisões e fornecendo todo o suporte financeiro e administrativo para o massacre.
Como agravante, a ação truculenta custou aos cofres públicos R$ 1 milhão, sendo portanto financiada pelos contribuintes paranaenses. O governo utilizou na repressão 1.661 policiais, sendo que a metade deste montante partiu do interior rumo à capital para reprimir os professores. O número representa 15% de todo o contingente da PM no Paraná.
Quatro meses depois do massacre, os ferimentos físicos causados pelas balas de borracha e bombas cicatrizaram. Os ferimentos morais do massacre nos professores e servidores públicos paranaenses jamais irão cicatrizar. Manter viva a memória dos acontecimentos de 29 de agosto e cobrar da Justiça punição a Richa, Francischini e demais responsáveis pelo massacre é o primeiro e mais importante passo para que o Paraná jamais reviva a sombria tarde de 29 de abril.