Agora tem até panfletos pregando ódio de que “petista bom é petista morto”

Publicado em 6 de outubro de 2015

Bandido bom é bandido morto? De acordo com pesquisa da Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgada pela Folha de São Paulo, metade da população brasileira, moradores em municípios com mais de 100 mil habitantes, concordam com a sentença.

De acordo com o documento, a aprovação de metade da população atinge seus maiores índices no Sul (54%), entre os homens (53%), brancos (52%) e com mais de 60 anos de idade (65%), enquanto os menores níveis se encontram entre negros (44%) e pardos (47%) e entre os mais jovens (42%), maiores vítimas de homicídios.

O senso comum, que paira sobre a discussão, difunde-se pelas conversas informais ou até mesmo pelo apoio da mídia, como programas policias, reiterando o conservadorismo e desigualdades vivenciados pelo País. Segundo dados do Mapa da Violência, as principais vítimas de homicídio no País são jovens e negros e pardos.

Trata-se de um senso comum que serve de combustível para os defensores da pena de morte, redução da maioridade penal e portes de arma de fogo, como solução à violência. Claro, quando quem cometeu a ilicitude não seja nenhum familiar ou integrante da classe alta da sociedade.

A reprodução da sentença trafega por uma linha tênue entre a opinião pessoal e discurso de ódio que motivam a ações de “justiceiros”, que cometem abusos aos direitos humanos e a democracia, ao condenar, as vezes com a vida, sem provas ou direito de defesa. Ato, infelizmente, comemorado por uma parcela considerável da sociedade.

Tal atitude não só incita a violência, como eleva o clima de insegurança e os índices de criminalidade, potencializando discriminações, egocentrismo e desconfiança contra instituições e direitos públicos. Observa-se as constantes ofensas propagadas pelos meios online.

Os índices apresentados pelo Datafolha acendem o sinal de alerta para desconfiança e impopularidade dos Poderes Públicos, por parte da população, que prefere “resolver” com as próprias mãos do que esperar justiça ou políticas públicas efetivas.

Cabe a nós, sociedade organizada e esferas governamentais, debruçarmos sobre a realidade da violência urbana, atentando-se as demandas da população para efetuarmos reformas e políticas públicas efetivas e de conscientização que transformem o cenário atual, caminhando para uma sociedade mais justa e igualitária.

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