Verri critica seletividade da Justiça e da imprensa

Publicado em 26 de fevereiro de 2016

O deputado Enio Verri (PT-PR) ocupou a tribuna do Plenário da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (25), para destacar a relação de concepção de Estado nas críticas da oposição ao Partido dos Trabalhadores (PT), bem como denunciar a seletividade da elite e da imprensa brasileiras quanto às acusações de corrupção contra o partido.

A concepção de Estado dos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de todos os que comungam da mesma ideologia é a da subordinação de um Estado Nacional sem força ao mercado mundial de capitais. De acordo com o deputado, durante esses períodos, o Brasil teve uma inserção subordinada na globalização.

Entre os vários custos do Estado mínimo, preconizado pela ideologia neoliberal dos tucanos, Verri lembrou da taxa de desemprego de 12,2%, da elevada concentração de renda dos 10% mais ricos com 46,9% da renda nacional, enquanto os 10% mais pobres, apenas 1% da renda e a entrada predatória do capital estrangeiro, comprando empresas e indústrias que fecharam.

“Nunca o mercado financeiro foi tão concentrado quanto nesse período, em que nós nos subordinamos ao mercado financeiro, ao mercado internacional. Uma vergonha para o povo brasileiro, em especial para os pequenos produtores rurais e os pequenos proprietários”, lembrou o deputado.

Verri ressaltou a crença do PT na insubordinação do Estado ao capital internacional, como agente indutor do desenvolvimento por meio da criação e aplicação de políticas sociais e econômicas que melhorem a vida da população. Durante os últimos 13 anos, segundo o deputado, os grandes empresários ganharam mais, mas os pequenos produtores também cresceram.

“Nós fizemos uma revolução, quando foi possível ao grande empresário ter o seu espaço, ganhar o seu dinheiro, porque isso não é errado, mas os pequenos cresceram e o desenvolvimento local ocorreu”.

Verri destacou as políticas de inclusão social implantados pelo PT, como o Bolsa Família, copiado em mais de 50 países e distribuição de renda menos injusta, em que a vida da população melhorou causando “dor de cotovelo na oposição”.

Seletividade

Verri asseverou quanto a necessidade de se debater com seriedade e sem acusações falsas. O Partido dos Trabalhadores não é contra se investigar quem quer que seja e é a favor da punição de quem faz coisa errada. Ele lembrou que nunca na história do Brasil houve tantos empresários milionários presos e isso se deve ao fortalecimento das instituições de fiscalização e controle, promovido pelo PT.

“Ora, não podemos ser a favor que se lapide o Estado e a corrupção prevaleça. Quando foi que os homens mais ricos deste País foram para a cadeia? Isso aconteceu no nosso governo porque nós demos condições da Polícia Federal trabalhar e não engavetamos os processos”.

A crítica do deputado está na seletividade das denúncias, uma vez que ficou patente o desinteresse da Justiça e da imprensa sobre, por exemplo, a privatização da Companhia Vale do Rio Dove, vendida por R$ 3,3 bilhões, quando ela valia R$ 92 bilhões, ou a empresa de FHC pela qual ele enviou, irregularmente, dinheiro para o exterior, ou a compra de um apartamento de € 200 mil para seu filho Tomás Dutra, em Barcelona, na Espanha.

“Cadê o Fernando Henrique? Ele tem uma empresa no exterior e doou um apartamento e ninguém fala nada. Na semana em que isso acontece, a imprensa e a oposição não se manifestam e jogam o João Santana para ocultar isso”.

Ele lembrou que não se fala nada sobre as denúncias contra o senador tucano Aécio Neves, presente na lista de Furnas entregue ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sem qualquer providência tomada, até o momento.

“Cadê o Ministério Público Federal e o juiz Moro? Ele faz o seu trabalho, mas só contra o PT. O que nós defendemos claramente é que isso sirva para todo mundo e qualquer partido. Hoje de manhã a repórter da Globo gaguejou para noticiar a prisão do empresário Jorge Gerdal”.

Verri reafirmou a defesa do partido pelo sistema de partilha do pré-sal, modelo de exploração adotado em mais de 90% dos países produtores de petróleo. Ele denunciou o sistema de concessão por favorecer única e exclusivamente as grandes petroleiras estrangeiras, que historicamente exploraram o País e o deixou mais pobre.

“A concessão favorece o grande capital que subordinou o Brasil. A partilha é um avanço porque ela permite que os recursos fiquem no Estado para investir como nós aprovamos nesta Casa: 25% na saúde e 75% na educação”.

Ele desafiou a oposição a olhar os estados administrados por ela, antes de criticar o PT. Verri citou o Paraná, onde o governador Beto Richa (PSDB) massacrou mais de 200 cidadãos em abril de 2015, para se apropriar de R$ 8 bilhões do fundo previdenciário dos servidores públicos; e São Paulo, onde no governo de Geraldo Alckmin (PSDB) há fechamento de escolas públicas, repressão violenta aos estudantes e desvio de merenda escolar.

“É esse o tipo de Estado que nós queremos, ou um Estado ampliado que favoreça os mais pobres? Peço a todos muito respeito ao que fizemos a este País, ao presidente Lula e à presidenta Dilma”.

Enio e Lula

Vem com a gente

Lula e Dep. Federal Enio Verri

Faça parte da rede de defesa dos DIREITOS SOCIAIS e pela DEMOCRACIA.

Enviar mensagem
Vamos conversar?
Olá!
Envie sua mensagem para o deputado Enio Verri.