Dilma teve mais eleitores do que a soma de todos os deputados que votaram pelo impeachment

Publicado em 19 de abril de 2016

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Nem os votos de todos os eleitores dos 367 deputados que aprovaram o impeachment venceria Dilma Rousseff em uma eleição. A presidente foi escolhida por 54.483.045 de brasileiros. Já os parlamentares que decidiram a abertura do processo tiveram 42.435.106 de votos. No entanto, especialistas alertam que isso não significa falta de representatividade na decisão da Câmara dos deputados.

— São eleições (para presidente e para deputado) diferentes. Os estados tem eleitorado distintos. Uma grande votação em Roraima pode ser um dos menos votados em São Paulo. Isso não significa menos representatividade no Congresso — explica o cientista político César Romero Jacob, da PUC-Rio.

O baixo número de votos no Congresso é reflexo do sistema de votos proporcionais. Ou seja, nem todo deputado mais votado consegue uma vaga. Isso porque um político precisa atingir um determinado número de eleitores e, a partir disso, os votos que sobram vão para um aliado do mesmo partido ou coligação.

recebeu 106,6 mil votos em 2014, mas não conseguiu uma vaga. Por outro lado, Fausto Pinato (PP-SP) foi eleito com apenas 22 mil votos, já que, na época, foi beneficiado pelo então companheiro de partido Celso Russomanno (PRB), que teve 1,5 milhão de votos.

Além disso, houve 7.139 candidatos a deputado federal no ano de 2014, o que pulveriza os votos.

— Os deputados que entram representam o eleitorado inteiro do estado. Então isso não quer dizer que falta representatividade no Congresso ou no processo — ressaltou o cientista político Ricardo Ismael.

Os deputados que votaram contra a abertura do processo de impeachment tiveram, juntos, 13.504.482,00 nas eleições de 2014. O menos votado foi Jozi Araújo (PTN-AP) com 10.007 votos. O recordista de votos do grupo é Reginaldo Lopes (PT-MG) com 310.226 eleitores.

‘Indignada’, diz Dilma

Em pronunciamento à nação, a presidente Dilma Rousseff afirmou na útilma segunda-feira que se sente indignada e injustiçada. Ela classificou o processo de impeachment como uma “tentativa de eleição indireta”.

— Essa manobra se dá porque aqueles que querem chegar ao poder não tem voto suficiente. É estarrecedor que um vice-presidente (Michel Temer), no exercício do seu mandato, conspire contra a presidente abertamente — acusou. — Recebi 54 milhões de votos e me sinto indignada com a adminissibildiade do processo de impeachment. Vou insistir. Não há crime de responsabilidade. Outros presidentes também praticaram esses atos e não tiveram o mesmo tratamento.

A presidente é acusada das “pedaladas fiscais”, que são atrasos nos repasses da União a bancos públicos para cobrir gastos dessas instituições com programas do governo — como seguro-desemprego ou o Bolsa Família. Um dos autores do pedido, Miguel Reale Júnior, defende que também é crime “eliminar as condições desse país de ter desenvolvimento, cuja base é a responsabilidade fiscal”.

— Operações de crédito que foram feitas por longo prazo, em quantias exorbitantes, que não se confundem com aquilo que pode se chamar de fluxo de caixa e que pode ter ocorrido no governo Fernando Henrique e no governo Luís Inácio Lula da Silva — afirmou o jurista, durante defesa do impeachment.

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