Agosto e a pauta do retrocesso e da mentira

Publicado em 3 de agosto de 2016

Definitivamente, combate à corrupção, salvamento de uma economia supostamente devastada e o bem-estar dos mais de 200 milhões de brasileiros não são pautas de quem ora ocupa, por meio de um golpe, a Presidência da República. As medidas não deixam dúvidas sobre as verdadeiras intenções do grupo de Michel Temer e Eduardo Cunha.

No início de julho, Temer retirou a urgência de tramitação do pacote anticorrupção apresentado pela presidenta eleita, Dilma Rousseff. No fim do mesmo mês, o provisório nomeou diretor de Distribuição da Eletrobras, Luiz Henrique Hamann, demitido por Dilma da Diretoria Financeira de Furnas, fonte de recursos não explicados de Eduardo Cunha e Aécio Neves.

Hamann foi indicado por Romero Jucá, o senador do PMDB que garantiu ao ex-senador e ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, a fidelidade ao golpe dos “generais e comandantes militares” e do “STF”. Citação, aliás, até hoje sem contradita, tanto pelo Ministério da Defesa, quanto pela Suprema Corte. Recentemente, Jucá teve negado o visto de entrada nos Estados Unidos da América do Norte (EUA).

Tampouco a economia e as contas do País são uma preocupação de Temer. Pelo contrário, desde os R$ 170 bilhões de déficit (quase o dobro proposto por Dilma), ao reajuste salarial dos servidores públicos, passando pela renúncia de R$ 50 bilhões das dívidas dos estados, fica evidente que essas questões não são as prioridades do provisório governo.

À população pobre, o provisório Temer nega o acesso construído pelo PT para que essa significativa parcela da população possua uma simples moradia, cujo valor não chega a R$ 200 mil. Sob o pretexto de o Estado não suportar os custos do programa habitacional voltado para pessoas com renda per capta familiar de até R$ 1.6 mil, Temer suspendeu o financiamento da Faixa 1, do Minha Casa Minha Vida, e destinou os recursos ao financiamento de imóveis de até R$ 3 milhões.

A soberania do Brasil é tão importante para Temer quanto foi para Fernando Henrique Cardoso, que entregou, por menos de nada, patrimônios incalculáveis desta nação. A empresa Vale do Rio Doce, por exemplo, FHC entregou por cerca de R$ 3 bilhões, quando ela valia mais de R$ 90 bilhões. O descompromisso do provisório com o País não é diferente. Apesar de uma reserva cambial de aproximadamente R$ 1 trilhão, Temer pretende privatizar tudo o que for possível para amealhar R$ 120 bilhões. Tudo muito claro na Medida Provisória 727/16.

Não basta desmontar e vender todo o Estado. É necessário asfixiar qualquer possibilidade do País vir a ser uma nação minimamente desenvolvida e soberana. Na primeira semana de agosto, entrou na pauta do dia, da Câmara dos Deputados, a PEC 241/16, que limita investimentos públicos, como educação e saúde, por exemplo, ao valor aplicado no ano anterior, corrigido pela inflação. Por outro lado, não há uma única proposta para taxar os 10% da população que detém 45% do Orçamento da União. Quem paga imposto no Brasil são os mais de 90% da população, que dividem os cerca de 50% do orçamento.

A destruição do Estado brasileiro é denunciada diuturnamente na imprensa internacional. A ilegitimidade do provisório é explícita no eloquente silêncio dos chefes de Estado, de todo o mundo, que se negam a reconhecer Michel Temer à frente do governo do Brasil. O País é tema de reportagens e editoriais dos principais jornais de países como, Alemanha, Inglaterra, EUA, França, Rússia, China, Japão.

A mais recente e infeliz decisão dos golpistas dão bem a medida da enrascada em que está metida a nação. Michel Temer entregou, por cerca de R$ 8 bilhões, 66% de participação da Petrobras no campo do pré-sal, Carcará, que vale pelo menos R$ 20 bilhões. Com o grande negócio, a empresa Statoil, da Noruega, vai extrair, diariamente, 35 mil barris de petróleo a um custo de US$ 8,00 o barril. Um negócio de colônia para império. Vivemos o pleno desmonte o Estado brasileiro e entrega incondicional da soberania da nação.

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