Publicado em 14 de outubro de 2016
Esmael Morais
Subiu para trezentas as escolas ocupadas na rede pública do Paraná. A disparada no número das ocupações ocorreu depois que o governador Beto Richa (PSDB) declarou guerra aos estudantes.
Na noite de terça (11), eram 200 as escolas ocupadas em todo o estado do Paraná.
O tucano gravou um vídeo apelando para o diálogo com os estudantes, no entanto, sorrateiramente, ele pediu na Justiça a reintegração de posse das escolas. Richa havia jurado que não tomaria essa atitude enquanto conversasse com a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES).
O governador mentiu, mas levou rapidamente o troco da presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Camila Lanes, que cravou em Beto Richa: “você rouba da construção das escolas para pagar sua campanha eleitoral”.
Camila fez referência à Operação Quadro Negro, que apura irregularidades em pagamentos de obras de construção e reforma de escolas da rede estadual de ensino. Segundo a última estimativa do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR), a fraude atingiu o montante de R$ 30 milhões, com o suposto envolvimento de, ao menos, três construtoras.
A líder estudantil prometeu ainda que “a cada escola reintegrada, duas [novas] serão ocupadas”.
Nesta quinta-feira (13), o governo do Paraná realiza seminários regionais para discutir com a comunidade escolar a desocupação das escolas. Entretanto, o tirou saiu pela culatra do tucano, pois os eventos se transformaram em palco de manifestação pelo “Fora Beto Richa”.
Operação Quadro Negro
Três pessoas investigadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) mencionaram o nome de Richa. De acordo com uma delas, a assessora jurídica da construtora Valor, Úrsulla Andrea Ramos, a campanha de reeleição do governador e a de outros três candidatos a deputado estadual receberam recursos de dinheiro público, que deveria ter sido gasto em obras em escolas estaduais.
“Esse dinheiro não ficou comigo, esse dinheiro foi feito repasse pra campanha do governador Beto Richa e pra essas três campanhas. Foi o que ele (Eduardo Lopes de Souza, dono da Valor) me disse”, disse Úrsulla, em delação premiada ao MP-PR.
As campanhas mencionadas seriam a do filho do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Durval Amaral, Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa (Alep); o deputado estadual Tiago Amaral (PSB); e a de Plauto Miró (DEM).
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