Caminhos percorridos e a percorrer

Publicado em 26 de abril de 2017

As lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), da Câmara dos Deputados e do Senado, em parceria com a Fundação Perseu Abramo (FPA), realizaram, na segunda-feira (24), o Seminário Estratégias para a Economia Brasileira. O evento teve a participação de economistas e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O seminário promoveu um rico debate acerca das conjunturas econômicas nacional e internacional, durante e pós 13 anos de governo do PT, bem como apontou caminhos que preservem o desenvolvimento da nação, de forma soberana e com justiça social. Das 10:30h às 19:30h, três mesas debateram os temas, “Instrumentos de desenvolvimento para a indústria brasileira”; “Cenário Internacional e macroeconomia para o desenvolvimento” e “Brasil, desenvolvimento e soberania”.

O deputado federal Enio Verri (PR) debateu na primeira mesa, como representante da Coordenação do Núcleo de Economia do PT na Câmara dos Deputados. Os palestrantes foram os professores de Economia, Vanessa Petrelli, da Universidade Federal de Uberlândia (MG) e Fernando Sarti, da Universidade de Campinas (UNICAMP), além do ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli.

Enio Verri chama a atenção para a análise da professora Vanessa. De acordo com ela, entre 2003 e 2012, criou-se um consumo mais qualificado de bens duráveis e não duráveis, para quase totalidade da população brasileira. O deputado concorda que esse resultado tenha sido por um cenário internacional favorável, um Estado interventor e motivador do desenvolvimento econômico e a aplicação de políticas públicas de acesso para a maior parte da população.

“Esses três fatores fizeram com que as nossas empresas se tornassem mais competitivas, o salário médio tenha subido e o consumo qualificado tenha aumentado bastante. Os investimentos do capital fixo, que nós chamamos de investimento industrial foi muito maior na produção do que o consumo”, apontou o deputado.

Outro ponto da análise da professora Vanessa, observado pelo deputado, foi o fato de a ex-presidenta Dilma Rousseff substituir o projeto de desenvolvimento sustentável econômico e social para adotar o modelo de equilíbrio fiscal, com a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda.

“Tivemos uma grande crise econômica, em 2008, aprofundada em 2009. O equilíbrio fiscal é precedido de políticas fiscais cíclicas que aprofunda a recessão e contém o desenvolvimento, levando à condição a que chegou o Brasil. É preciso notar que a situação foi gravemente piorada depois do golpe”, observa Enio Verri.

Segundo a professora, desonerar a folha de pagamentos foi um dos erros do governo Dilma, pois diminuiu a arrecadação, não aumentou a capacidade produtiva das empresas e nem criou mais empregos. Segundo Verri, os empresários agiram de má fé. Ao invés de investirem os recursos em produtividade e contratação, retiveram os valores para aplicar no mercado de papéis.

“Foram privilegiados 56 setores empresariais, com a desoneração da folha de pagamento. Desses, apenas o da tecnologia da informação e o têxtil cumpriram o papel de investir. Os que não investiram perderam o lucro que auferiram com a desoneração e perderam a competitividade para as empresas estrangeiras”.

Uma das análises do professor Fernando Sartí foi que, devido ao fenômeno da “chinalização”, com altíssima produção industrial, o Brasil aumentou suas importações e deixou de investir na produção nacional. Segundo o professor, a política equivocada fez criar empregos no exterior e desemprego em solo nacional, descapitalizando e desindustrializando o Brasil.

Para Enio Verri, os debates apresentados pelos professores Vanessa, “a nova realidade internacional” e Fernando, “a competividade da indústria e a queda na margem de lucro”, devem ser acompanhados pela questão do câmbio. Segundo o deputado, o câmbio superavaliado faz o empresário comprar matéria prima ou produto parcialmente pronto, na China, provocando o desemprego e a desindustrialização nacional.

“O que leva um empresário brasileiro a deixar de comprar um produto feito no Brasil para comprar na China? Porque, em termos cambiais, vale a pena trazer de lá. É mais barato comprar da China que produzir no Brasil”, revela o deputado.

Gabrielli denunciou que quatro as políticas de produção de petróleo e gás, estabelecidas pela Resolução 08 de 2003, do Conselho Nacional de Produção de Energia (CNPE), estão sendo desmontadas para favorecer o mercado internacional. Entre essas políticas está a de produção de conteúdo nacional, cujo fim condenará o Brasil a mero fornecedor de matéria prima.

De acordo com Gabrielli a indústria nacional de petróleo e gás brasileira era infante e necessitava de um tempo para alcançar as condições de desenvolvimento tecnológico para competir com a indústria internacional. O modelo de gestão do grupo que tomou o governo de assalto mata, ainda na infância, um projeto de desenvolvimento de soberania nacional com a criação de outros vetores econômicos, além das commodities.

Para Enio Verri, a Petrobras tem papel fundamental no desenvolvimento da economia nacional. O deputado lembrou que, em 2015, em meio a uma saraivada de depreciação, a Petrobras recebeu o maior prêmio concedido a uma petroleira do seu porte, por desenvolvimento tecnológico.

Apesar dos investimentos e dos avanços da empresa e do setor de petróleo e gás, as conjunturas política e econômica, do País e internacional, interrompeu esse ciclo do qual a indústria nacional teria de ter um tempo maior para alcançar a condição de competitividade. De acordo com Enio

“A produção de conteúdo nacional não foi possível devido ao tempo de maturidade industrial não alcançado e pelos reveses políticos e econômicos dos últimos 10 anos, quando o câmbio favoreceu comprar na China a produzir aqui”, afirma o deputado.

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