Sabotaram a festa

Publicado em 26 de maio de 2017

Somente a criação do caos poderia conter a marcha de 170 mil pessoas sobre os escombros do governo ilegítimo do diminuto Temer. Caso a linda festa, preparada e realizada pelas trabalhadoras e trabalhadores de todo o Brasil, vingasse, ou seja, entrasse e saísse da Esplanada sem o massacre provocado pela Polícia Militar do Distrito Federal, seria sim vitória insuportável para os golpistas de 2016, precipitando a renúncia do presidente que tomou o governo de assalto.

Temer recebeu um golpe morta. Prevaricou, ao receber um bilionário, às escondidas, e ouviu dele verdadeiros escândalos sem dar-lhe voz de prisão. Não tivessem sabotado a festa, as reformas da Previdência e trabalhista seriam enterradas definitivamente. A/Os parlamentares não suportariam a pressão em suas bases, quando os a/os trabalhadora/es voltassem para casa com o sucesso da grande e colorida manifestação, estampado no rosto, e a notícia de que a indignação da classe é geral.

Atos contra o ilegítimo decorativo aumentam a cada medida anunciada, ou escândalo denunciado. Desde o dia 15 de março, passando pelo 28 de abril, o número de participantes é crescente, com a adesão de um número ainda maior de categorias profissionais, pois sabem que as reformas são deletérias para o conjunto da sociedade. As manifestações enfraquecem a camarilha que ocupa o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.

A sabotagem à manifestação foi escancarada aos olhos do mundo. A maior parte dos manifestantes ainda não havia passado da Rodoviária de Brasília, por volta das 14h, e já havia sofá incendiado no Ministério da Agricultura e vidros quebrados em outros ministérios. São atos que vão de encontro com os interesses de todas as centrais sindicais e movimentos sociais envolvidos na realização da grande marcha.

Há uma fartura de imagens circulando na internet, de black blocs depredando o patrimônio público, a poucos metros de agrupamentos policiais, sem que nada fosse feito contra eles. Por que a polícia não agiu contra esses vândalos, mas com extrema violência contra trabalhadora/es, entre ela/es, pessoas com idade avançada? A quem interessava a presença desse tipo de agente e a dispersão de 170 mil pessoas, com o uso, inclusive, de munição viva disparada a esmo por policiais?

Dois dias depois do que seria uma bela festa, a imprensa interessada no golpe conduz a narrativa da depredação a sofás e ares-condicionados. Afirma com estrondo que as os reparos materiais custarão entre R$ 300 mil e R$ 1 milhão. Mas não se questiona que segredos guarda o ex-deputado Eduardo Cunha, que valem uma mesada de R$ 500 mil reais, em dinheiro de corrupção, por vinte anos. Ou quem são os juízes que o empresário diz controlar. Foca-se no supérfluo em detrimento do essencial.

O caos provocado pela PM-DF foi a senha para Temer cometer mais uma ilegalidade de seu governo. Convocou a Força Nacional. Depois de uma avalanche de críticas, denúncias e, principalmente, da recursa das Forças Armadas de assumir a Ordem Social, o ilegítimo capitulou e suspendeu o decreto emitido na quinta-feira (25). Temer acabou, nem as Forças Armadas dão mais sustentação aos golpistas.

Ainda na segunda-feira (22), o ministério de notáveis de Temer denunciou a função decorativa, a tibieza e a prescindibilidade de Temer. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao dar satisfações aos sócios estrangeiros do golpe, informou que as reformas da Previdência e trabalhista serão aprovadas com ou sem o Temer. Ou seja, o golpe contra mais de 70% dos trabalhadores que recebem até dois salários mínimos é mais importante do que qualquer um que esteja à frente do governo.

Foi em nome do sangue derramado dos que ousaram viajar mais de 30 horas para enterrar as reformas de Temer e exigir eleições gerais diretas, debaixo de balas e bombas, que a bancada da oposição, entre elas a do Partido dos Trabalhadores (PT), se retirou do Plenário, na noite de terça-feira (24).

Virar as costas para o povo, ignorar o autoritarismo de Temer e votar acordos como se nada estivesse acontecendo, como se o País vivesse a mais completa normalidade, seria desmerecer a população. Sigamos em frente, com altivez e serenidade, pois as forças do golpe, entre elas a imprensa, nos mostram que estamos certos. Avante.

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