Publicado em 26 de setembro de 2017
Enio Verri
Apesar do silêncio dos grandes veículos de comunicação do Paraná, os paranaenses já não têm qualquer dúvida sobre o caráter liberal, plutocrata, excludente e corrupto governo de Beto Richa. A operação Quadro Negro é o retrato da abjeção do tucano pela educação. Já o processo de desmonte das universidades estaduais, entre as melhores do País, tem os ingredientes privatizante e redutor do Estado dos governos do PSDB.
Vendem sempre o que está dando certo. Não privatizam o que dá prejuízo porque não interessa ao seu patrão e comparsa, o mercado financeiro. Sem compromisso com o desenvolvimento do Estado, a política de Richa é a de conduzir o Paraná à condição de subalternidade econômica, social, política, educacional, acadêmica, científica e tecnológica. Nega a educação básica, ao mesmo tempo em que restringe o acesso à universidade, empobrecendo o Estado sob todos os aspectos.
Richa retira uma vital ferramenta de capacitação para se acessar os bancos acadêmicos e desmantela as IEs, a fim de privatizá-las. Os que conseguirem concluir o Ensino Médio não terão universidade pública, apenas privada, ou a Federal do Paraná. Quando não desvia o dinheiro da educação, o governador quer cobrar por um direito.
O sistema RH Meta4, imposto por Richa às IEs, é um cabresto na autonomia administrativa dos recursos humanos das universidades e um torniquete que asfixiará as suas finanças. O resultado será a pauperização da produção acadêmica e científica. Com a adoção do sistema, a realização de vestibular, contratação e progressão de pesquisadores, aquisição de material administrativo e de pesquisa, ficarão submetidas às políticas da Secretaria de Fazenda do Estado, e não dos órgãos da educação e do desenvolvimento científico.
O resultado da política liberalizante não será outro que não o atraso econômico e social. Mas esse insidioso desgoverno de Beto Richa está sendo prontamente combatido, não apenas pelas entidades afetadas, mas pelo conjunto da sociedade. A população deve acompanhar e apoiar a resistência, como ocorreu na sexta-feira (22), na Câmara Municipal de Maringá, quando centenas de pessoas acompanharam a audiência pública “Em defesa da Universidade Pública: Autonomia com Transparência”.
Essa foi a primeira de uma série de outas audiências públicas que ocorrerão em todo o Estado. Elas estão sendo convocadas e organizadas pela Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas Estaduais do Paraná, em parceria com membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), acadêmicos, religiosos e sindicalistas. Esse patrimônio, construído e mantido com o suor e o sangue dos paranaenses não pode ser desfeito pela vontade de um governo que desvia dinheiro de escola e bate em professor.
O retrocesso será barrado somente pela indignação geral da sociedade. A população deve participar dos debates e manifestações que ocorrerem para tratar desse assunto vital para a soberania do Estado do Paraná. Participe com a família, os vizinhos, amigos e colegas de trabalho. Somente uma grande mobilização pode evitar que Richa condene o Estado a um humilhante atraso. Avante.