Os pilares anticorrupção que Bolsonaro inventou caíram por terra

Publicado em 7 de julho de 2021

Em artigo, Enio Verri comenta que o estigma de governo anticorrupção de Bolsonaro derreteu

Não resta mais nada dos pilares, com os quais Bolsonaro criou uma reputação que nunca teve. Com a caixa preta da vacina aberta pelos irmãos Miranda na CPI da Covid, no Senado, o estigma de governo anticorrupção criado desde a campanha eleitoral de Bolsonaro caiu por terra.

Depois de quase dois meses de trabalho, a CPI recebeu várias denúncias sobre suspeitas de irregularidades e corrupção na compra de vacinas contra Covid-19. Os depoimentos mais recentes trouxeram relatos de esquemas superfaturamento nos preços das doses de imunizantes, favorecimento de empresas investigadas por fraudes e ainda mau uso recursos públicos. Incluindo um servidor do Ministério da Saúde que contou sobre pressões que vinha sofrendo para aprovar a compra da vacina indiana Covaxin contra a Covid-19, por um preço muito acima de outros fabricantes de vacina.

Há ainda, o estranho caso de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante de uma empresa que comercializa vacinas, de forma não reconhecida pelas farmacêuticas, que teve acesso ao alto escalão do Ministério da Saúde com facilidade e que, segundo o próprio, recebeu um pedido de pagamento de propina de um diretor da pasta.

Quando a Covid-19 se apresentou como pandemia incontrolável, a vacina era o que mundo tinha de mais poderoso para conter a propagação e continuidade dos impactos do vírus. E, portanto, quanto mais rápido começasse a imunização das pessoas com vacinas testadas e aprovadas pelos órgãos de vigilância sanitária, maior seria o número de vidas salvas, principalmente no Brasil, que teve um governo negligente e incompetente no combate a pandemia.

Mas, o que houve durante a escolha e processo de compras de vacinas foi uma série de fraudes e direcionamento para fechar acordo com empresas, no mínimo duvidosas. Uma pressão fora do normal, como foi relatado na CPI, para beneficiar pequenos grupos com contratos milionários e sem qualquer garantia concreta de realização da entrega de milhões de doses descritas nesses contratos.

Além disso, o uso de dinheiro público em compra direcionada e superfaturada. O que se pode concluir que as negativas das ofertas de fabricantes de vacinas feitas anteriormente pela Pfizer, Coronavac e outras, foi proposital. Para que, na verdade, a negociação fosse feita apenas com quem pudesse proporcionar o pagamento de propina, conforme vem sendo elucidado nos depoimentos colhidos na CPI.

Em detrimento das escolhas e motivações espúrias, mais de 525 mil pessoas morreram a espera da vacina, de uma esperança que pudessem ter contra força e a mortalidade do vírus. É lamentável e criminoso o que foi feito contra a população do Brasil no enfrentamento do coronavírus.

Não há como jogar todas essas denúncias para debaixo do tapete ou aceitar as frágeis justificativas do governo e de seus representantes sobre o que está acontecendo no país.  Não para aceitar que cada dose, cada vacina que iria para o braço de uma pessoa, renderia um dólar de propina.

As supostas omissões do governo Bolsonaro durante a pandemia que estavam sendo investigadas pela CPI se tornaram muito maiores e mais graves. Tratam-se de crimes de responsabilidade de um presidente que ri da morte de brasileiros e brasileiras e que teve total conhecimento do que estava acontecendo dentro do Ministério da Saúde e nada fez.

O impeachment é a única via para afastar um presidente omisso e culpado e apurar denúncias de todos os crimes, para punir os envolvidos nesse grande esquema em torno da aquisição das vacinas contra Covid-19.

Artigo publicado no Brasil 247

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